terça-feira, 22 de agosto de 2006


.:Metades:.
Não gosto de meias palavras. Tampouco simpatizo com o que é "meia-boca", com o que é "meia-sola". Fico receoso com os meios-termos, com as meias-tintas. Fotos de meio-corpo escondem a metade. Meia-estação é um saco - vírus e viroses andam à solta -. Andar no meio-fio é um perigo. Meias verdades não são mais verdades do que uma mentira qualquer.

Tudo que começa por "meio" já começa cinqüenta por cento mais perto do fim. Já começa com apenas cinqüenta por cento da capacidade, da confiabilidade e da resistência. Já começa com cinqüenta por cento a menos de chance de dar certo. "Meio que trágico" e "meio que sublime" são perpendiculares; se encontram sem cerimônia e, ali, já não se sabe o que são.

Viver de meias verdades, de meias palavras, de meias-solas? Não, é uma idéia de meia-tigela. Minha "cara-metade" está colada à sua análoga, firme e forte em cima do pescoço. Sem essa de viver a vida pela metade. Ela tem é que ser vivida em sua plenitude: palavras, bocas, solas, termos, tintas, corpos, estações, fios, verdades. Do contrário, lá se vai a metade da graça.

Um comentário:

Anônimo disse...

Morrr
achei o texto q será abertura do livro mais vendido, hehehe
amo esse texto, leio centenas de vezes e acho sempre perfeito.
te amoo
bjão :)