domingo, 6 de agosto de 2006

.:Estou acima de Atlântida e abaixo do Olimpo.
Sei que às vezes minhas atitudes diante dos outros ou até a interiorização dos meus questionamentos podem revelar o acuado peixe que me sinto ser, nadando com braços que se quebram com o mínimo esforço de tentar alcançar os corais serenos da compreensão pessoal e alheia; as minhas barbatanas se estilhaçam, enferrujam, se definham ou atrofiam nas maiores tentativas de lutar pelo que sou ou com quem almejo ao menos me parecer; meus olhos se cansam de olhar para mim, ora com ar de gracejo próprio, ora com menosprezo e desdém pela discórdia que se enraíza entre minha razão e meus sentimentos. Tempos que quando percebo, captando fluído externos, me parecem remotos, mas são tão atuais quanto minha própria imaginação em um sonho de mil anos à frente.
Sinto-me como o tubarão impulsivo, o lobo faminto, o leão voraz, a serpente venenosa, pois me engano enquanto brinco de viver sem imaginar de que comportamentos mais adequados me devem munir para tentar abrandar minha convivência com aqueles que me engalfinham sem remorso.
Abaixo dos deuses, ou do Deus... Nada posso fazer. Parecem ações incontroláveis as que pratico na dança do aprender, vezes que me sinto como o anjo da ajuda àqueles que me cercam, outras que me sinto como a pedra inerte que com intuito fútil derruba os andantes que não a observam com melhores atenções, outras vezes que me sinto como um indigno de merecer o diploma da harmonia polida que a vida oferta em delineios da História. Mas o que me faz grande ou pequeno não sou eu próprio, não é de mim mesmo... A minha grandeza de alma, de espírito; o meu caráter puro; meu saber formoso; meu olhar sincero; meu pensar receoso; minha dúvida inocente... Nada do que tenho ou sou a mim pertence. Nada do que possuo, a mim cabe, uma vez que tudo o que se escreve como sendo eu na forma física da silhueta masculina, nas palavras gentis que se adjetivam à pessoa que todos acham conhecer, nos desenhos rebuscados de criança intérprete do real, uma vez que tudo isso e mais um pouco do muito que não se entende se esboça como descrição impessoal daqueles que observam e tentam desconfigurar o inimaginável... Devo ao universo de criaturas intocáveis que açambarcam meu caminho.
Quando eu pensava ter encontrado a resposta do que devo ser e acreditava que meu perfil era mártir, novas pessoas - imperfeitas em seu primor, saudáveis em sua suas debilidades, únicas em sua universalização, majestosas em sua penúria - me ensinam através do que são, a ser maior do que eu mesmo acreditava poder um dia sequer alcançar ser. Pelo que respondo "como sou" revelando que nada sou, senão o melhor e o pior de cada um daqueles que me presenteiam com sua convivência, visto que meu crescimento está no que venho aprendendo até com meus erros e com os dos meus semelhantes, aos quais, a todos por herança de uma mesma obra natural perfeita e grandiosa, tenho o prazer e o orgulho em virtudes e desventuras, de chamar de irmãos.
O mundo não seria o que é sem cada um de vocês que me permitem estar vivo por suas existências. O meu mundo foi construído pelas suas mãos e aperfeiçoado pelo que de mais precioso cada um me ensinou e continua ensinando!:.

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