segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

.:Meus Desertos:.

Meus desertos tem flores
Eu não mentiria se afirmasse
Que as melhores flores
Que trago em mim
Estão nos meus desertos
Pois é neles que moram
Minhas verdades
E neles que estão expostas
As minhas mentiras.

Nos meus desertos
Estão as coisas que sou.
Mas nem todos tem olhos
Para ver e entender
As flores dos desertos
Apenas enxergam as flores catalogadas
Sentem apenas o aroma
Para os quais foram programados.

Como podem dizer da beleza
Aqueles que adoram padrões ?
Como podem ver a vida
Os que só conseguem ver
Coisas e fatos para os quais
Tiveram suas visões adestradas ?

Meus desertos tem flores
E me parece natural que vivendo
Entre humanos
Elas tenham espinhos.
Flores não são para todos
Só para aqueles que sabem
Que também tem seus desertos.

By Sir Ale Max

.:Só queria falar isso:.

quanto mais nos conhecemos, mais vemos que o que realmente fomos não significa nada, pois a cada descoberta se evidencia não só a angustia do não saber e do não viver mas também a ansia de querer ser aquilo que esta descobrindo o que é....
Quando começamos a medir e pesar nossos sentimentos, não vamos a lugar nenhum. Haverá sempre uma luta cerrada entre o coração que quer viver e a razão que mede conseqüências. Medindo dificuldades, não fazemos nada.

falei

.:Solidão:.

Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo...
Isto é carência.
Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar...
Isto é saudade.
Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos...
Isto é equilíbrio.
Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente para que revejamos a nossa vida...
Isto é um princípio da natureza.
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado...
Isto é circunstância.
Solidão é muito mais do que isto.
Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma...

.:Meus Amigos:.

Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade.
Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim. Para isso, só sendo louco. Louco que senta e espera a chegada da lua cheia. Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Pena, não tenho nem de mim mesmo, e risada, só ofereço ao acaso. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.